Negócios & Transformação
Acordo de US$ 4,2 bilhões define sucessão no império midiático dos Murdoch
Redação
9 de setembro de 2025

Um acordo de US$ 4,2 bilhões encerra uma das disputas sucessórias mais emblemáticas do mundo corporativo, redefinindo a governança do império midiático construído por Rupert Murdoch. Lachlan Murdoch, filho mais velho do magnata, assume o controle exclusivo dos negócios da família após a morte do patriarca, consolidando uma transição de poder que vinha sendo contestada há anos pelos demais herdeiros. A decisão preserva a continuidade operacional de conglomerados que reúnem veículos de peso como Fox News, The Wall Street Journal e The Sun.
A estrutura do acordo prevê a dissolução do Murdoch Family Trust, anteriormente dividido entre quatro filhos, e a criação de um novo fideicomisso sob controle exclusivo de Lachlan, com validade até 2050. Para viabilizar os pagamentos de compensação, serão vendidas 16,9 milhões de ações classe B da Fox Corp. e 14,2 milhões da News Corp., gerando cerca de US$ 1,4 bilhão para cada um dos três irmãos que deixam de ter participação ativa. O ajuste patrimonial representa um marco na divisão de uma fortuna avaliada em mais de US$ 24 bilhões.
A manutenção da linha editorial conservadora dos veículos foi determinante para a escolha de Lachlan como sucessor único. O acordo coloca fim às contestações de alguns irmãos, que viam como tentativa de perpetuação ideológica a decisão de Rupert Murdoch em favorecer o filho que mais se alinha a sua visão política. A medida garante estabilidade estratégica em um momento em que a Fox News continua a exercer papel central no debate público norte-americano.
Os beneficiários do novo arranjo incluem, além de Lachlan, as filhas mais novas de Murdoch, Grace e Chloe, fruto de sua união com Wendi Deng. Já Prudence MacLeod, Elisabeth Murdoch e James Murdoch — os três filhos mais velhos — receberam compensações financeiras significativas, mas perderam qualquer influência sobre a condução do conglomerado. O desfecho encerra um ciclo de disputas que inspirou narrativas ficcionais como a série Succession, aproximando a realidade corporativa de dinâmicas familiares dramáticas.
No mercado, o impacto imediato tende a ser limitado, uma vez que a direção editorial e estratégica permanece inalterada. A diferença está no horizonte: com Lachlan Murdoch consolidado como líder até 2050, a governança do grupo ganha previsibilidade e reduz incertezas para acionistas e investidores. Ao mesmo tempo, os herdeiros afastados do império poderão usar os recursos recebidos para abrir novas frentes de negócios, possivelmente alterando, em médio prazo, o equilíbrio competitivo no setor de mídia global.




