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Política & Mundo

Boulos deve permanecer como ministro e lançar esposa em 2026

Redação

25 de outubro de 2025

O PSOL enfrenta um dilema estratégico entre manter Guilherme Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência até o final do mandato, conforme deseja o presidente Lula, ou lançá-lo como candidato ao Senado em 2026. O partido não quer perder "de graça" seu principal cabo eleitoral em São Paulo, considerando que Boulos foi o deputado federal mais votado do estado em 2022, com 1 milhão de votos, e seria o nome ideal para concorrer à vaga no Senado. No entanto, o presidente Lula, pouco afeito a mudanças, removeu o petista Márcio Macêdo justamente para aumentar o contato do governo com as ruas, tornando inviável que o novo ministro assuma na próxima quarta-feira e deixe o cargo cinco meses depois para concorrer.


Sem manifestação clara do Planalto, o PSOL mantém a candidatura em aberto. "Não conseguimos enxergar de forma muito nítida quais são os desenhos que estão se formando [em São Paulo]. Devido a essa indefinição, acreditamos que é muito cedo para cravar uma candidatura. O Boulos pode aparecer como um candidato viável e, neste cenário, seria muito importante contar com ele", afirmou a presidente nacional do partido, Paula Coradi. Enquanto isso, Natália Szermeta, advogada e militante do MTST, é considerada para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, numa estratégia do movimento social para "herdar" os votos do ministro.


Boulos mantém o objetivo de ser prefeito de São Paulo, onde já foi derrotado duas vezes. Estar no ministério durante uma possível reeleição de Lula aproximaria o político da base popular mais do que durante seu período no Congresso, onde teve atuação considerada pífia. Aliados afirmam que ele não se adaptou ao "sistema" do Legislativo pelo perfil mobilizador dos movimentos sociais e não gostou do dia a dia parlamentar. O partido busca alternativas para manter os votos recebidos por Boulos e aposta em outros nomes como a deputada Erika Hilton, que teve 256 mil votos em 2022 e pode alcançar marca maior após a projeção de seu mandato.


A vontade do PSOL em lançar um nome ao Senado depende ainda de acertos com a base aliada. Para 2026, os partidos de esquerda tentarão se alinhar na maioria dos estados para lançar o maior número de parlamentares federais e buscar consenso nas disputas majoritárias. Em São Paulo, estado que tem eleito candidatos cada vez mais conservadores, o grupo almeja abocanhar pelo menos uma das duas vagas disputadas no Senado, além de encontrar um nome competitivo para o governo. O ministro da Fazenda Fernando Haddad segue sendo o nome mais forte citado pelo PT, enquanto entre os peessebistas há quem defenda a candidatura do vice-presidente Geraldo Alckmin ou do ministro do Empreendedorismo Márcio França.


Outros nomes do governo também estão na equação, incluindo a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e a ministra do Planejamento Simone Tebet, que não faz parte da aliança de esquerda mas teria apoio do presidente. Lula tem incentivado que todos que tenham chances de vitória devem concorrer, preocupado com um Congresso ainda mais conservador do que o atual. O presidente insiste que a esquerda precisa ter o maior número de candidatos possível, especialmente no Senado, onde haverá mudança de dois terços das vagas com possibilidade de entrada de nomes bolsonaristas fortes.

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