Política & Mundo
EUA e Trinidad e Tobago blindam acordo para isolar Maduro do gás natural
Redação
1 de outubro de 2025

Estados Unidos e Trinidad e Tobago ampliaram sua cooperação estratégica com o objetivo de evitar que a exploração de gás natural no Caribe gere receitas significativas para o governo de Nicolás Maduro. O acordo foi consolidado em Washington, durante uma reunião entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, que também incluiu temas de segurança regional e combate ao narcotráfico.
A medida se insere na política de pressão econômica mantida por Washington sobre Caracas. Em abril, a administração Trump revogou a licença que permitiria à Companhia Nacional de Gás de Trinidad (NGC) explorar o campo de Dragón, localizado em águas venezuelanas. O projeto previa a exportação de gás natural liquefeito para Trinidad e Tobago, mas foi interrompido para evitar que os recursos beneficiassem financeiramente o regime venezuelano.
Segundo o Departamento de Estado, os EUA destacaram seu apoio à decisão do governo trinitário de encerrar definitivamente o projeto Dragón e de adotar medidas que garantam que empreendimentos energéticos conjuntos não sejam usados para gerar divisas para Caracas. Ao assumir o cargo em maio, Persad-Bissessar declarou o projeto “morto” devido aos longos atrasos acumulados por causa das sanções americanas e anunciou uma guinada diplomática, priorizando parcerias energéticas com Guiana, Granada e Suriname.
Essa reorientação energética acontece em um contexto de crescente presença militar dos EUA no sul do Caribe, oficialmente justificada como parte da estratégia de combate ao narcotráfico proveniente da Venezuela. A intensificação das operações navais e aéreas na região tem elevado a tensão com Caracas e sinaliza um endurecimento do cerco econômico e geopolítico ao governo Maduro.
O objetivo central da política de sanções norte-americanas permanece inalterado: limitar severamente a capacidade do Estado venezuelano de obter receitas em moeda estrangeira por meio de projetos energéticos internacionais. Ao restringir parcerias e exportações, Washington busca isolar economicamente Caracas e reduzir suas margens de manobra em um momento de pressão interna e externa crescente.




