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Sustentabilidade & Futuro

Governo ameaça judicializar hotéis por preços abusivos na COP30

Redação

25 de setembro de 2025

Com mais de R$ 4 bilhões investidos pela União na infraestrutura da COP30, o governo federal enfrenta um desafio inesperado que ameaça o legado do maior evento climático já realizado pela ONU: a especulação imobiliária. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou medidas judiciais contra hotéis que praticam preços abusivos para as estadias durante a conferência, em novembro, em Belém. A ação busca trazer os valores para o patamar da razoabilidade e evitar que a imagem da cidade fique associada a práticas predatórias.


"Não é correto, não é justo que hotéis – inclusive alguns que utilizam prédios públicos e que acessaram recursos subsidiados – estejam cobrando valores estratosféricos. Isso não corresponde ao que queremos fixar como imagem de Belém", afirmou o ministro. A declaração revela a contradição entre os investimentos públicos em infraestrutura sustentável e a apropriação privada desses benefícios através de preços abusivos que podem inviabilizar a participação de delegados e observadores internacionais.


O governo busca desconstruir a narrativa internacional sobre suposta incapacidade de Belém em sediar o evento, demonstrando que há imóveis de padrão internacional disponíveis a preços compatíveis. Costa ressaltou que a cidade possui disponibilidade para aluguel de imóveis de excelente qualidade, contrariando alegações de escassez de leitos que chegaram a motivar debates sobre a retirada da COP da capital paraense.


A infraestrutura para o evento está quase pronta, com a Vila Líderes com 90% das obras finalizadas, o Aeroporto Internacional de Belém com 95% de execução e a revitalização do Porto Futuro 2 com 99% de conclusão. No entanto, o abuso nos preços hoteleiros representa um risco concreto para o legado positivo que o governo pretende construir com o evento climático mais importante do planeta.


"Se a imagem ao final da COP for a de que em Belém se praticam preços abusivos, impossíveis de serem pagos por qualquer pessoa comum, o grande legado da COP não será positivo", alertou Costa. O ministro já iniciou reuniões com a Advocacia-Geral da União em busca de soluções para estabelecimentos cujos valores estão fora de qualquer padrão de razoabilidade, destacando a urgência em proteger a imagem da cidade como destino acolhedor e sustentável.


O conflito entre os interesses comerciais imediatistas e a construção de um legado ambiental duradouro expõe as tensões inerentes à realização de megaeventos em regiões em desenvolvimento. A capacidade de Belém em oferecer hospedagem a preços justos tornou-se um teste crucial para o modelo de desenvolvimento sustentável que o Brasil pretende apresentar ao mundo durante a conferência climática.


"E qual é o grande legado? A imagem de um povo acolhedor, caloroso, com uma culinária maravilhosa. É isso que queremos deixar para que o mundo inteiro tenha curiosidade de conhecer a Amazônia e a cidade que sediou a COP30", finalizou o ministro, reforçando que o sucesso do evento depende da capacidade de conciliar desenvolvimento econômico com justiça social e ambiental.

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