Política & Mundo
Trump inicia maior reforma da Casa Branca em um século para construir salão de baile
Redação
22 de outubro de 2025

Enquanto declara estar encerrando guerras em várias partes do mundo, o presidente Donald Trump ordenou a maior reforma estrutural da Casa Branca em mais de um século. Segundo despacho da AFP, o projeto prevê a construção de “um novo e magnífico salão de baile”, intervenção que já levou à demolição parcial do teto da ala leste da residência presidencial — uma obra que simboliza tanto a ambição pessoal quanto a teatralidade política que caracterizam o segundo mandato do republicano.
O salão, com 8.300 metros quadrados e capacidade para mil pessoas, ainda não tem data de conclusão nem evento inaugural anunciado. A escala e o custo da construção — estimado em 250 milhões de dólares — levantam dúvidas sobre seu propósito prático, dada a rigidez do protocolo e as exigências de segurança que regem a vida na sede do governo americano. A ausência de um cronograma definido sugere dificuldades logísticas e tensões entre os setores responsáveis pela preservação histórica do edifício e a equipe presidencial, que defende uma “modernização simbólica” da Casa Branca.
Os recursos para a obra, descritos como “uma ninharia” dentro do orçamento federal, serão financiados por grandes doações de gigantes tecnológicos como Amazon, Apple, Meta, Google, Microsoft e Palantir — empresas cujos executivos estiveram recentemente em um jantar na Casa Branca como convidados e doadores. A participação direta dessas corporações, associadas à elite digital global, inaugura uma nova etapa nas relações entre o poder político e o capital tecnológico, levantando questionamentos sobre influência corporativa e contrapartidas políticas.
Há nove meses, o governo americano tem se movido no “ritmo vertiginoso — para alguns, ensurdecedor; para outros, uma sinfonia — que Trump imprimiu à Casa Branca”. O salão de baile, visto por assessores como um marco dessa nova fase, deve contar com rígidas regras de admissão, evitando situações diplomáticas delicadas entre líderes com fortes divergências, como Vladimir Putin e Volodimir Zelenski, ou Pedro Sánchez e Benjamin Netanyahu. A iniciativa reforça o estilo performático de Trump, que mistura espetáculo, nacionalismo e poder pessoal como pilares de sua imagem global.
A construção integra um plano mais amplo de reformas, que inclui decorações douradas na Sala Oval, a repavimentação do Jardim das Rosas e até uma proposta de erigir um “Arco do Triunfo” em Washington — iniciativas que remetem à grandiosidade simbólica de regimes do passado. Críticos classificam essas obras como distrações em meio a crises internacionais e desafios internos, enquanto apoiadores as veem como afirmações de autoridade e de renascimento nacional.




